A tão anunciada chuva, afinal, apareceu...primeiro timidamente, mas depois...a propósito...deixo aqui um bonito poema do colega José Amaral
Simbologia
A chuva escorre lentamente,
pela vidraça da portada
do meu varandim;
tão lentamente que chega a assustar-me.
A chuva,
essa minha irmã franciscana,
faz desenhos no vidro.
Uns tristes, outros nem por isso.
Aquilo que mais me intrigou
foi uma série de rabiscos...
enigmáticos.
Primeiro uma forma esférica,
seguida por formas bélicas,
e, logo após, figuras humanas.
Estas caídas!
Aquela sequência, intriguista, continuava.
Daquelas figuras humanas,
corria um rio. largo e incessante,
de uma cor rubicunda.
Parecia-me sangue.
Sim, era! Não me equivocara.
A chuva recomeçou,
desta vez violentamente,
a bater na vidraça.
Agora chovia intensamente
e o caudal rubicundo,
das figuras intriguistas,
aumentava escandalosamente.
A vidraça não aguentou
tamanho ataque.
Quebrou-se.
A minha cela ficou inundada.
Vermelhidão por todo o lado.
Eu entreguei a Alma ao Criador.
E, boiando naquele líquido amargo,
de ódios e rancores,
adormeci, torpemente, para sempre.
in "Poder da Díctamo", pg. 80 e 81
A chuva escorre lentamente,
pela vidraça da portada
do meu varandim;
tão lentamente que chega a assustar-me.
A chuva,
essa minha irmã franciscana,
faz desenhos no vidro.
Uns tristes, outros nem por isso.
Aquilo que mais me intrigou
foi uma série de rabiscos...
enigmáticos.
Primeiro uma forma esférica,
seguida por formas bélicas,
e, logo após, figuras humanas.
Estas caídas!
Aquela sequência, intriguista, continuava.
Daquelas figuras humanas,
corria um rio. largo e incessante,
de uma cor rubicunda.
Parecia-me sangue.
Sim, era! Não me equivocara.
A chuva recomeçou,
desta vez violentamente,
a bater na vidraça.
Agora chovia intensamente
e o caudal rubicundo,
das figuras intriguistas,
aumentava escandalosamente.
A vidraça não aguentou
tamanho ataque.
Quebrou-se.
A minha cela ficou inundada.
Vermelhidão por todo o lado.
Eu entreguei a Alma ao Criador.
E, boiando naquele líquido amargo,
de ódios e rancores,
adormeci, torpemente, para sempre.
in "Poder da Díctamo", pg. 80 e 81
1 comentários:
Amaral disse...
Adelaide
Muito me honra a publicação deste poema. Obrigado.
Votos de uma Santa Páscoa.
Bjinho